quarta-feira

muDANÇA vs TRANSformação


Poema Pouco Original do Medo

O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis

Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no teto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências
várias congressos
muitos ótimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projetos altamente porcos
heróis (o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles

Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados

Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)

O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
Sim a ratos

Alexandre O'Neill

MUdanças vs TransFORMAÇÃO

Em tempo delas há que ter coragem.
Mexer lá no fundo e arrancar o que está mal e deixar que o que ainda está por descobrir veja a luz do dia.
Mexer só por mexer é como mudar o móvel de uma parede e colocá-lo noutra.
Sabe bem, é claro.
Sabe a mudança, mas não a transformação.
Deitar fora o que é de deitar e trazer o que é de trazer.
Relembrar o que se tem dentro.
Relembrar...

sexta-feira

huuu

Sinto-me tão descontextualizada que não me encontro...
Perco-me...
Deixo de existir.




Joy division-disorder

segunda-feira

sim...há dias.

e tudo pode ruir, assim do pé para a mão.
Bem...Nem sempre é do pé para a mão.
Por vezes está lá o buraco ou a fractura, a razão da queda, apenas não queremos ver.
Por vezes é tão evidente que encontramos variadíssimas formas, aliás elaboradíssimas formas, de não ver o que está mesmo à nossa frente.
Mas dói na mesma.
Dói perceber que até se tinha razão.
Dói perceber que se chegou ao fim, que não há mais nada.
Acabou.
Mesmo que a minha mente encontre razões para continuar uma estória que já foi bonita, mas que agora apenas vive dessa lembrança de beleza. Mesmo que a minha alma queira recuperar momentos de magia que outrora sentiu. Mesmo que eu sinta visceralmente o que um dia foi uma estória de encantar.
Eu vou continuar a saber que já foi, que já passou, que chegou ao fim.
Por todos os momentos antes vividos e sentidos, urge fazer entender que o caminho já não é o mesmo e que novos irão surgir. Uns mais bonito do que outros. Uns mais ternos do que outros. Mas todos válidos e todos tão especiais, como este um dia também foi.
Aliás…
Continuarei por aí à procura…

quarta-feira

hÁ DiAs

...que correm...
Sinto que o meu mês está dividido em fases...
Ainda não as estudei muito bem, mas sinto que há uma fase em que só penso em sexo e depois segue-se a que fico chateada por tudo e por nada (um nervoso dentro de mim) em que me chateia a ideia de ter sexo e depois...sinto que o período está a chegar.
Sempre soube que existia o síndrome pré menstrual, mas nunca o havia sentido, não fazendo qualquer sentido me perguntarem se estava com o período.
Agora que o meu período está com a Lua Nova, percebo perfeitamente as alterações que em mim existem.
GOsto particularmente da que estou agora:
a fase em que só penso em sexo!

sábado

just like heaven

uma estória...

sim é verdade, estou com os copos.
Cheguei a casa e decidi vir para o computador para te escrever.
Escrever a um amigo que adoro e não posso falar com ele como falei antes ou como sempre imaginei que iria falar.
Por vezes espontaneamente quero telefonar-te ou escrever-te e não o faço.
Não faço por existir uma barreira do politicamente correcto, que não devo quebrar. Um espaço que não devo invadir.
Algo se quebrou entre nós.
Na realidade quebrou-se sem que no meu coração isso tenha acontecido.
Não sei qual a sua causa, não sei se foi um acumular de coisa que nunca serão ditas. Sei que nos afastámos e ambos sabemos a razão, sem o dizer ou sem o efectivamente saber.
Sim,sinto a falta da tua pessoa na minha existência.
Sou menos eu sem a tua presença... Mas sim, vou vivendo e sendo feliz!
Aceitar-te implica por vezes não me aceitar.
Não aceitar-te implica sempre não me aceitar.

Por vezes é preciso dizer que se ama alguém para que esse sentimento fique mais pequeno e se saiba lidar com ele.
Sim, por vezes achei que me apaixonava por ti. Hoje posso dizer, que muitas vezes me apaixonei por ti.
Apaixonei-me pela tua pessoa, pelo teu ser.
Nada disso envolve uma parte sexual.
Nada!
Apenas me apaixonei pelo ser bonito que és e que eu sei que és por o ter já sentido dentro de mim. Sei que não podemos voltar ao tempo em que usávamos personagens criadas por nós, em que éramos dois estranhos que imaginavam uma ilha diferente. Revoltados.
Sim, eu sei disso.
Tenho saudades tuas.
Do teu ser e o meu.
Do nosso mundo.
Onde o mundo é um monte de tretas sobre as quais divagamos.

CrEIO..

Creio nos anjos
que andam pelo mundo
Creio na deusa
com olhos de diamante
Creio em amores lunares
com piano ao fundo,
Creio nas lendas,
nas fadas, nos atlantes,

Creio num engenho
que falta mais fecundo
De harmonizar
as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno
num segundo,
Creio num céu futuro
que houve dantes,

Creio nos deuses
de um astral mais puro,
Na flor humilde
que se encosta no muro
Creio na carne
que enfeitiça o além

Creio no incrível,
nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo
pelas rosas,
Creio que o amor que tem asas
de ouro. Amén


Natália Correia

segunda-feira

Desprovida do que não é meu!

Nina Simone - Ain't Got No...I've Got Life

TemPO de MUDAnça

de tafi 2007